segunda-feira, 24 de março de 2014

Imagens de Cidades

Por Mário Carvão*

Barcelona, Aldas Kirvaitis, (cc by-nc-nd 2.0)

Barcelona, Cidade-módulo
Por quilômetros e quilômetros, Barcelona se estende pela planície com módulos de quadrados chanfrados de mesma altura e pátios internos. O traçado ortogonal é vez por outra cortado por avenidas diagonais. Tudo, desde parques, a praça de touros e catedrais devem obedecer à modulação.


Burning Man, Kyle Harmon, (cc by 2.0)

Burning Man, Cidade-festa
Todos anos, por uma semana no Deserto de Black Rock em Nevada, Estados Unidos, a cidade de Burning Man existe. Nas outras 51 semanas a cidade é só areia e pedra no deserto. Quando ela existe são 50 mil habitantes numa festa que culmina com a queima de um homem de madeira. Quando a festa termina nenhum vestígio é deixado.


Cidade do México, Pablo Lopez Luz, (c) 

Cidade do México, Cidade-cobertor
Como um cobertor a cidade cobre os morros. Não há variação na textura de casas brancas de laje plana, ruas e árvores. A cidade parece um mar urbano onde os morros são ondas até onde se pode ver.


Malé, Mohamed Abdulla Shafeeg, (500px)

Malé, Cidade-ilha
Malé, capital das Maldivas, está confinada em uma ilha. Não há cidades por perto, só o oceano. Só a cidade colorida e o mar azul. Está isolada de tudo e tem que sobreviver com o que tem. A água para se tornar potável é dessalinizada e a energia elétrica é produzida queimando diesel. A cidade ocupa todo o espaço disponível, não há para onde ir e não há montanhas para a proteger quando os tsunamis chegam.


Moscou, Kirill Umrikhin, (c)

Moscou, Cidade-gelo
Se ainda estivéssemos na Guerra Fria, não teria imagem melhor para difamar Moscou como uma cidade fria e do mal. Fábricas, um rio congelado e no centro torres-masmorra controlando todo o resto. Não há cor. Só prédios pretos, a fumaça e o gelo brancos. Nada feliz pode ser produzido nessas fábricas.


* Não estive em nenhuma dessas cidades. Tudo o que está descrito é o que vejo e percebo nas fotos. Os títulos das cidades são inspirados no livro de Ítalo Calvino, As Cidades Invisíveis.

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